sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Revolta de 31 de Janeiro, Porto


Breve História sobre a Revolta de 31 de Janeiro, Porto

No dia 31 de Janeiro de 1891, a cidade do Porto assistiu à revolta militar contra as cedências do Governo (em regime de monarquia) ao ultimato britânico de 1890, por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique. Os Principais responsáveis pelo levantamento militar foram, o Capitão António Amaral Leitão, o Alferes Rodolfo Malheiro, o Tenente Coelho, o Dr. Alves da Veiga, o Actor Verdial e Santos Cardoso, para além de outras figuras ilustres da época (Aurélio da Paz dos Reis, Basílio Teles, Sampaio Bruno e João Chagas).
Na madrugada de 31 de Janeiro, o Batalhão de Caçadores nº 9 comandado por sargentos, dirige-se para o Campo de Santo Ovídio, actualmente Praça da República, para juntar-se a outros regimentos e forças militares. O Batalhão vai ao encontro do grupo de Alferes Malheiro, do Regimento de Infantaria 10, liderado pelo Coronel Coelho e da companhia da Guarda Fiscal. O Regimento de Infantaria 18, fica retido pelo Coronel Meneses de Lencastre, que demonstra a sua neutralidade perante o movimento revolucionário.
Os revoltosos seguem pela Rua do Almada e vão para a Praça de D. Pedro, hoje Praça da Liberdade. Nesse mesmo local em frente do antigo edifício da Câmara Municipal do Porto, assistem ao discurso de Alves da Veiga para proclamar o Governo provisório da República, e hastear uma bandeira vermelha e verde. Estava instalada a euforia, havia foguetes e fanfarras, as pessoas davam vivas à República. Após o discurso de Alves da Veiga, as forças militares e alguns civis subiram pela Rua de Santo António, em direcção à Praça da Batalha, com a finalidade de tomar a estação de Correios e Telégrafos. O movimento revolucionário sofre um rude golpe. A Guarda Municipal, posicionada na escadaria da Igreja de Santo Ildefonso, com a sua artilharia, travou os intentos dos revoltosos. Terão morrido 12 revoltosos e feridos foram aproximadamente 50.
A revolta não teve o sucesso esperado.Os revoltosos foram levados e julgados em Conselhos de Guerra. Assim foram julgados 505 militares e alguns civis. As penas variaram de 18 meses e 15 anos de prisão para os responsáveis desta revolta.
Por isso, e no momento que foi implantada a República (5 de Outubro de 1910), em homenagem à revolta de 31 de Janeiro de 1891, a Rua de Santo António foi rebaptizada para Rua 31 de Janeiro.

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